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Lc, 23, 35-43

35A multidão conservava-se lá e observava. Os príncipes dos sacerdotes escarneciam de Jesus, dizendo: Salvou a outros, que se salve a si próprio, se é o Cristo, o escolhido de Deus!

36Do mesmo modo zombavam dele os soldados. Aproximavam-se dele, ofereciam-lhe vinagre e diziam:

37Se és o rei dos judeus, salva-te a ti mesmo.

38Por cima de sua cabeça pendia esta inscrição: Este é o rei dos judeus.

39Um dos malfeitores, ali crucificados, blasfemava contra ele: Se és o Cristo, salva-te a ti mesmo e salva-nos a nós!

40Mas o outro o repreendeu: Nem sequer temes a Deus, tu que sofres no mesmo suplício?

41Para nós isto é justo: recebemos o que mereceram os nossos crimes, mas este não fez mal algum.

42E acrescentou: Jesus, lembra-te de mim, quando tiveres entrado no teu Reino!

43Jesus respondeu-lhe: Em verdade te digo: hoje estarás comigo no paraíso.


HOMILIA DA SOLENIDADE DE CRISTO REI 20/11/2016

                  Ainda vivendo a grande alegria vivenciada neste santuário na Solene Liturgia da Dedicação realizada ontem por nosso Arcebispo Emérito Dom Pedro Fedalto, hoje celebramos solenemente nosso Senhor Jesus Cristo, Rei do Universo. E com esta solenidade concluímos juntamente com toda a Igreja, o Ano da Misericórdia. Tendo em vista a grande solenidade de encerramento deste ano, como também do Ano Litúrgico, toda a Liturgia da Palavra nos direciona para a própria Cruz do Senhor e para o Cristo enquanto Rei de todo o Universo.

                  Mas, para compreendermos um pouco melhor, como Cristo tornou-se o Ungido do Pai por meio da sua Cruz, no derramamento do seu Sangue por toda a terra e Salvação para todos; torna-se necessário voltar-se para o sentido de uma verdadeira consagração a Deus. Eu me refiro em primeiro lugar ao óleo utilizado ou à Unção do Rei de Israel, o Rei Davi.

                 Ontem nosso Altar principal e também as paredes desta Igreja com as cruzes foram ungidos. Ao se aproximarem um pouco mais destas doze cruzes verão que elas ainda emanam o óleo com o qual foi ontem ungido este Templo Sagrado.

                 Quando falamos em unção de um Templo estamos nos referindo ao nosso corpo enquanto Templo do Espírito Santo. Por isso, nos referimos a esta primeira unção do Rei Davi como Rei de Israel e, desta descendência nasceu Jesus o nosso Salvador. E como compreender então, melhor, esta verdadeira unção?

                 Só compreenderemos quando fizermos a experiência da misericórdia de Deus, como fez o ladrão arrependido ao lado da Cruz de Cristo, ao escutar do próprio Jesus esta frase: “Ainda HOJE estarás comigo no Paraíso”.

                 A expressão “HOJE” é a expressão mais forte na Liturgia. Por isso, nos referimos a uma condição atemporal: ontem celebrávamos a Dedicação deste Santuário, hoje a festa de Cristo Rei, amanhã iniciamos o segundo dia da semana. Contudo, quando nos referimos ao “HOJE” na Liturgia, é o que está acontecendo neste momento, mas também nos remete para outro sentido maior, o sentido escatológico, de pertença a Deus. Por isso falar do “Hoje estarás comigo no Paraíso”, palavras escutadas pelo ladrão arrependido, refere-se muito mais a aquilo que Deus quer que realmente experimentemos, a sua Misericórdia.

                 Experimentaremos a Misericórdia de Deus quando tivermos Cristo como nosso único Rei. Este Rei, que não foi exaltado e nem ungido com óleo, mas o verdadeiro óleo da exultação, como nos dirá o prefácio da Santa Missa.

                 Precisamos dos santos óleos, do óleo do Crisma Consagrado para simbolizar que é Cristo aqui presente. Por meio do óleo santo fomos consagrados no batismo; por meio do óleo santo muitos já receberam o Dom do Sacramento do Crisma; por meio do óleo santo o padre também foi consagrado, suas mãos foram ungidas pelo Bispo; por meio do óleo santo, sinal sacramental, o Bispo também foi ungido na cabeça no dia em que foi ordenado Bispo; por meio do óleo santo, foram consagradas as paredes desta Igreja e este Altar. Precisamos, para percebermos a presença de Deus, deste sinal que nos remete para o Cristo que é misericordioso. Este sinal, na verdade, é o Cristo que foi exaltado na Cruz.

                 Concluamos esta reflexão com a segunda leitura que ouvimos da carta aos Colossenses, em que escutamos que é o Cristo, que foi ungido por Deus com o óleo da exultação, que é a cabeça de todo o corpo, cabeça da Igreja; é o Cristo, o princípio, o primogênito dentre os mortos, de modo que em tudo Ele tem a primazia. Portanto, Nele habita toda a grandeza de Deus e toda a Salvação. E se Ele realizou por nós a paz no mundo, pelo sangue da Cruz, hoje, ao celebramos

                  Sua Solene Liturgia, queremos também como aquele ladrão arrependido, escutar do Senhor: “Ainda hoje estarás comigo no paraíso”.

                  Experimentamos o paraíso de Deus aqui na terra por meio dos sinais sensíveis, este já é um sinal de Deus. Mas Deus também nos prepara para corrermos ao encontro dEle. Quanta alegria e quanta felicidade, vamos à casa do Senhor, a casa de Deus e na casa de Deus, Ele habita e quer continuar sendo sinal para nós.

                  Por isso, participemos bem deste mistério com toda alegria, com toda felicidade, sobretudo, enxergando nos sinais sensíveis a presença de Jesus, no óleo da exultação, mas daqui a pouco, no Pão e no Vinho, Corpo e Sangue do Senhor, alimentos para este mundo e para a eternidade. Assim seja, amém!

 

Este texto foi transcrito, com algumas adaptações, da homilia proferida pelo Pe. Maurício na missa das 19:00h do dia 20/11/2016. Não passou por uma revisão gramatical e ortográfica profunda, mantendo a linguagem coloquial original

Escrito por: Pe. Maurício