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Jo 3, 16-18

16Com efeito, de tal modo Deus amou o mundo, que lhe deu seu Filho único, para que todo o que nele crer não pereça, mas tenha a vida eterna.

17Pois Deus não enviou o Filho ao mundo para condená-lo, mas para que o mundo seja salvo por ele.

18Quem nele crê não é condenado, mas quem não crê já está condenado; por que não crê no nome do Filho único de Deus.


HOMILIA NO DOMINGO DA SANTÍSSIMA TRINDADE

Queridos irmãos e irmãs, uma saudação muito fraterna a todos que se encontram neste santuário e também a todos que nos acompanham por meio desta transmissão da santa missa dominical, missa em honra a Santíssima Trindade.

            Na verdade toda celebração em nossa vida está centrada neste mistério. Quantas vezes nos lembramos de que um dos primeiros gestos que aprendemos enquanto pertencentes à vida cristã, encontra-se neste sinal da fé. 

É salutar lembrarmos a grandeza de alma, ou a busca pelo Senhor, de muitos que quando passam em frente a uma igreja também fazem o sinal da cruz. Ainda mais se pensarmos que no sinal que fazemos se encontra todo o mistério de Deus, que nos foi revelado por meio de Jesus Cristo.

            Nas leituras que ouvimos neste dia, podemos encontrar uma catequese para o aprofundamento deste mistério. Contudo, jamais iremos esgotar e não teremos capacidade intelectiva para sabermos o quanto este mistério é realmente grandioso. Sabemos sim, já pela experiência, que ao longo da história Deus se revelou como Pai no seu Filho, Jesus Cristo, e nos deixou o Espírito Santo. Sabemos também que ao longo de toda a história, desde o momento em que Deus criou o mundo, já havia sinais trinitários. Um dos belos trechos do Antigo Testamento, no momento em que há um diálogo de Abraão, já aparecem três sinais de que Deus está presente desde o início e continua na história neste mistério trinitário.

            Mas, percebendo agora em cada leitura pelo menos um pouco dos trechos que ouvimos, podemos sim falar, embora sejamos tão limitados em falar deste mistério. Começamos pela segunda leitura, a Carta de São Paulo aos Coríntios, uma saudação paulina muito conhecida por nós, geralmente no início da celebração algumas das saudações, logo depois do momento em que invocamos a Santíssima Trindade, são saudações de São Paulo. Uma delas ouvimos hoje na segunda leitura: “a graça do senhor Jesus Cristo, o amor de Deus e a comunhão do Espírito Santo estejam com todos vós”. Nesta saudação se encontra menção às três pessoas da Santíssima Trindade, claro, encontramos o rosto de Deus, pelo rosto visível de Jesus que se tornou um de nós.        Assim, a imagem e semelhança de Deus da qual fomos criados também é revelada em Jesus, e temos diante de nós, e buscamos em Cristo uma configuração. Buscamos nele um modelo e até neste mês de junho pedimos que nos ajude a termos um coração semelhante ao Dele. E, se pedimos a graça que nos foi dada em Jesus, essa graça vem do amor e da benevolência de Deus que é Pai, e ao mesmo tempo do Espírito Santo que está em comunhão com o próprio Cristo. É uma plena comunhão para que assim a manifestação de Deus aconteça de maneira sublime neste mundo.

            Se tomarmos agora o trecho do livro do Êxodo, há um momento em que Moisés reconhece a grandeza de Deus, e ao mesmo tempo a miserabilidade do ser humano. Precisamos sim, enquanto seres humanos, nos reconhecermos frágeis, o soberbo, o orgulhoso não se deixa tocar por Deus, somente aquele que está com o coração muitas vezes fragilizado encontra em Deus um refúgio e vive este processo de comunhão. Valeria a pena pensar na oração que Moisés curvado até o chão e prostrado por terra fez, no momento em que escutamos esta leitura do livro do êxodo: “Senhor, se é verdade que vós me tem um favor, eu peço-te, caminha conosco. Embora este povo esteja de cabeça dura perdoa nossas faltas e nossos pecados e acolhe-nos como propriedade tua”. Preciosa esta oração que Moisés dirige a Deus, preciosa ainda porque nos faz lembrar esta condição de fragilidade humana e quem sabe até vem nos ajudar a perceber que Deus não nos abandona.

            Este bonito trecho que escutamos do Antigo Testamento nos dá a certeza do clamor do povo ou o clamor de Moisés em favor do povo para que o Senhor caminhe com ele. Neste tempo em que vivemos de pandemia, de tantas incertezas e inseguranças, que infelizmente estão ao nosso redor, quem sabe a nossa oração possa ser esta: “Senhor, não nos abandone, caminha conosco, somos teimosos, somos orgulhosos, temos a cabeça dura, mas mesmo assim perdoa nossas culpas, vem em nosso socorro, perdoa nossos pecados e acolhe-nos como propriedade tua”.

            Que grande desejo está no coração de Moisés, e do povo que ali clamava, pois Moisés representava todo um povo que buscava o Senhor. Hoje, para nós, também tem um sentido maior quando buscamos a Deus, uno e trino, com nossas fragilidades e fraquezas, mas com a certeza de que ele caminha conosco.

            Para a conclusão desta brevíssima reflexão de hoje, pois falar do mistério trinitário, é algo que envolve toda nossa vida, partimos ao santo evangelho, ou chegamos ao santo evangelho. O grande amor de Deus pela humanidade se revelou em Jesus, Deus amou tanto o mundo que enviou o seu próprio filho, e enviou o filho para quê? Para que o mundo seja salvo em Jesus Cristo. Cremos e temos fé que é em Jesus que encontramos nossa salvação.

            O trecho do evangelho de São João nos dá esta certeza, busquemos o alicerce seguro da nossa fé em Cristo Jesus, revela o rosto de Deus para nós, mas também conforme o que celebramos semana passada, ele mesmo nos prometeu que não nos abandonaria, mandaria o Espírito Santo.

E hoje somos envolvidos por este mistério trinitário, certos de que somos portadores do Espírito Santo, que cada momento da nossa vida. Quem sabe ao acordar para aqueles que não têm o costume, o façam, é um bem para a alma, o primeiro sinal não é ligar o celular nem ligar a televisão nem brigar com quem está do lado, o primeiro sinal que deveríamos fazer quando acordamos é o sinal trinitário. Lembrarmos que somos propriedade de Deus, e pedirmos a Ele: “acolhe-nos, Senhor, este dia somos propriedade tua, faz conosco o que tanto deseja”.  

            E no findar do dia, quando estivermos prontos para adormecer, cansados do trabalho cotidiano, o último sinal não pode ser um celular na mão ou um controle que desliga a televisão, o último sinal deve ser o sinal da cruz, pois estamos envolvidos neste mistério, do início ao fim.

E, durante o dia, deveríamos lembrar muitas tantas vezes que fomos criados por Deus e glorificarmos sempre o nosso Senhor e nosso Deus e sermos agradecidos, pois estamos diante de um grande mistério, e glorificarmos com esta grande jaculatória, com esta oração que sempre nos acompanha: glória ao Pai e ao Filho e ao Espirito Santo. Como era no princípio, agora e sempre. Amém.

Escrito por: PE. MAURÍCIO