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Mt 21,28-32

28Que vos parece? Um homem tinha dois filhos. Dirigindo-se ao primeiro, disse-lhe: - Meu filho, vai trabalhar hoje na vinha.

29Respondeu ele: - Não quero. Mas, em seguida, tocado de arrependimento, foi.

30Dirigindo-se depois ao outro, disse-lhe a mesma coisa. O filho respondeu: - Sim, pai! Mas não foi.

31Qual dos dois fez a vontade do pai? O primeiro, responderam-lhe. E Jesus disse-lhes: Em verdade vos digo: os publicanos e as meretrizes vos precedem no Reino de Deus!

32João veio a vós no caminho da justiça e não crestes nele. Os publicanos, porém, e as prostitutas creram nele. E vós, vendo isto, nem fostes tocados de arrependimento para crerdes nele.


Homilia no XXVI Domingo do Tempo Comum

Meus queridos irmãos e irmãs, aqui presentes no santuário, aqueles que nos acompanham por essa transmissão pelo facebook e youtube, é uma alegria para nós celebrarmos a eucaristia, ainda mais quando temos a oportunidade, e para muitos tem dado certo de estar na presença do Senhor de forma presencial, para outros, ao menos uma passagem pela igreja ao longo da semana, e quem sabe, até retornando para um caminho em direção as nossas igrejas.

É muito bom perceber que, embora, nós estejamos num tempo tão difícil, estamos em pandemia, precisamos tomar todos os cuidados, mas muitos que estão retornando para a casa de Deus, e pouco a pouco rezando dentro de uma igreja, ontem inclusive tive a experiência de ver aqui no santuário, algumas pessoas que não os via a mais de 6 meses, estavam em casa todo esse tempo, é bom nós termos os cuidados é claro, mas se podemos ter um espaço, ou dar um espaço para uma oração, e nos sentimos seguros para celebrar a eucaristia presencialmente, façamos.

É assim que, a eucaristia torna-se vida no meio de nós, mas como tornar a palavra de Deus tão próxima do nosso coração, a partir do que nós hoje acabamos de ouvir, a primeira consideração a ser feita, é que, a liturgia do domingo passado, deste e do próximo, é um convite a todos a participar da vinha do Senhor, uma imagem muito bonita que temos na sagrada escritura, não só no novo testamento, mas no antigo, é da pertença a vinha de Deus.

Todos nós pertencemos a esta vinha, e Deus nos chama a trabalhar pela sua vinha, no nosso tempo concreto, na história que acontece conosco, e embora nós sejamos tão fragilizados, embora o pecado prevaleça em nossos corações, sempre o Senhor nos dá a possibilidade de um retorno, ou de responder a este convite, o profeta Ezequiel na primeira leitura, narrou-nos este convite de uma conduta de muitos ímpios, que não era correta, como a nossa conduta muitas vezes não é correta, mas quando há o arrependimento, quando o ímpio se arrepende dos seus pecados, Deus transforma o pecado em graça.

Arrependendo-se dos seus pecados este ímpio viverá, não morrerá, quando nós também temos consciência dos nossos pecados, e seguimos o caminho do Senhor, tudo muda, é assim o convite do Senhor, hoje aparece para nós numa segunda parábola sobre a vinha, na semana passada outra parábola, em que o próprio pai convida a trabalhar na vinha, em vários momentos da história e do dia, aqueles que começaram a trabalhar de madrugada, as 09h, ao meio dia, às 17h da tarde, e no final a recompensa era a mesma, uma moeda de prata, a vida eterna.

Hoje, na parábola que ouvimos, trata-se da continuidade do domingo passado, um homem também, com dois filhos, dirige-se ao filho: vai trabalhar hoje na vinha, Deus nos trata assim, Ele nos convida todos os dias ao trabalho na vinha, mas o que é a vinha do Senhor? É a igreja concretamente, não a igreja material, a igreja espalhada pelo mundo inteiro, e o filho responde: eu não quero, mas depois muda de opinião e vai trabalhar, é impressionante pois na imagem do primeiro filho nós nos identificamos, dizemos não a Deus, e basta dar um passo para o arrependimento, para voltarmos ao caminho de Deus.

Por isso, a preocupação no não a Deus é se permanecemos com este não, agora, se Deus nos dá a oportunidade de dizer sim, podemos mudar de opinião, como somos flexíveis nos nossos pensamentos também, nós nos tronamos mais saudáveis, a rigidez nos leva para um caminho mais tortuoso, agora, quando tomamos consciência e voltamos atrás, o não se transforma num sim, eu tenho certeza que ali há uma transformação do coração.

Diz um documento do Vaticano II, Gaudium Et Spes, alegria do evangelho nos tempos da pós modernidade, no número 16 do documento há um conceito que traz para nós o que é a consciência humana e moral, há uma expressão muito bonita: “a consciência é um sacrário vivo que nós carregamos interiormente” é bom nós termos um apreço, mas reverência no Cristo presente na eucaristia e no sacrário, mas quando pesamos que a nossa a nossa consciência é um sacrário vivo, nós logo pensamos que é pela consciência que nós podemos mudar a nossa conduta, as nossas ações, pensamentos e sentimentos.

São Paulo também hoje nos convida na carta aos Filipenses, a nós termos os mesmos sentimentos de Jesus, mas como podemos ter os mesmos sentimentos de Cristo? Claro, nos identificando a Ele, nos configurando a Ele, se Ele nos dá a oportunidade de nos configurarmos a Ele, nós também precisamos amá-lo verdadeiramente, amar o Senhor num verdadeiro sentimento de pertença a Cristo.

Por isso, a mudança também, até dos nossos sentimentos são mundanos, mesquinhos, não condiz com os sentimentos da vida de um cristão, aliás, nem a vida de um ser humano, ter os mesmos sentimentos de Cristo e, repensarmos nossa vida e dizendo um sim fervoroso para o Senhor, como este filho que voltou atrás e disse sim.

O segundo filho, sem pensar, já disse: sim Senhor, eu vou trabalhar, mas depois não foi, cumpriu a vontade do pai o primeiro filho e não o outro, por isso nós somos convidados a dizer o sim permanente a Deus.

Eu escutava muito isso quando estava no seminário, quando no dia da ordenação, aquele sim concretizado, terá de ser dado todos os dias, um sim dado também na vida matrimonial, tão cheio de sentimentos, de alegria, aquele sim da vida matrimonial precisa ser dado todos os dias, o sim na crisma, ou da recepção de um sacramento, eu preciso repetir todos os dias, sim a vontade do Pai, seria muito ruim se o nosso sim dado a Deus hoje se transformasse em tantos nãos durante a semana, imagine dizer sim a Deus durante a missa, e chegar em casa pior do que estávamos, com rosto triste, brigando.

Porque estamos num caminho de Deus, nós precisamos dizer sim concretamente, e é este o grande desafio, participar da missa é uma dádiva, agora, testemunhar com a vida o fato de sermos cristãos, se torna o maior presente aqueles que convivem conosco, digamos sim a Deus também no meio de tantas ações que faremos durante a semana.

Escrito por: Pe. Maurício