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Mc 1, 40-45

40Aproximou-se dele um leproso, suplicando-lhe de joelhos: "Se queres, podes limpar-me."

41Jesus compadeceu-se dele, estendeu a mão, tocou-o e lhe disse: "Eu quero, sê curado."

42E imediatamente desapareceu dele a lepra e foi purificado.

43Jesus o despediu imediatamente com esta severa admoestação:

44"Vê que não o digas a ninguém; mas vai, mostra-te ao sacerdote e apresenta, pela tua purificação, a oferenda prescrita por Moisés para lhe servir de testemunho."

45Este homem, porém, logo que se foi, começou a propagar e divulgar o acontecido, de modo que Jesus não podia entrar publicamente numa cidade. Conservava-se fora, nos lugares despovoados; e de toda parte vinham ter com ele.


Homilia no VI Domingo do Tempo Comum

HOMILIA NO VI DOMINGO DO TEMPO COMUM

 

                Queridos irmãos e irmãs, para nós a celebração eucarística sempre será o lugar de aconchego, de alegria e de refúgio, como cantávamos no Salmo 31: sois Senhor, para mim, alegria e refúgio. E a cada celebração que participamos somos convidados, no início, ao momento do ato penitencial. Para lembrarmos esta condição de miserabilidade humana e o quanto somos pecadores nos preparamos para a santa missa e, ainda mais, lembramo-nos de um grande sacramento que precisamos ter a nossa disposição, o sacramento da Reconciliação, da confissão.

                Na Igreja aprendemos que a confissão é um Sacramento de cura e, de fato, não podemos nos afastar deste Sacramento, mesmo no tempo da pandemia. Deveríamos com disposição e com o coração voltado para Deus pedir perdão e na possibilidade de estarmos diante de Deus e de um sacerdote confessar os nossos pecados.

Fazendo esta introdução, gostaria que pudéssemos, antes de iniciarmos propriamente a quaresma, passarmos pela liturgia da palavra, compreendendo o quanto Deus nos possibilita a cura dos nossos pecados.

                No tempo de Jesus, mas também antes de Jesus, a lepra, essa terrível doença que infelizmente ainda existe, levava muitas pessoas a um isolamento dos outros. Não só pela condição sanitária ou de autoridade sanitária daquele tempo, mas porque era um preceito ou um ensinamento religioso que estas pessoas não tivessem contato com ninguém.

Mas, hoje no evangelho, escutamos algo bem diferenciado do ponto de vista de Jesus, um leproso, quebrando todas as regras, aproxima-se Dele e de joelhos suplica: se queres, tens o poder de curar-me!

                A expressão desse leproso, que não tem nome, é também a expressão de corações que precisam experimentar o perdão, experimentar o dom da cura, da lepra como uma forma de doença, de enfermidade e até, muitas vezes, dos pecados que possuímos.

É claro que hoje compreendemos que nenhuma doença deve ser encarada como consequência do pecado, mesmo as doenças do tempo presente. Mas precisamos aprender com o evangelho, especialmente com esse leproso, a suplicar o dom do perdão, ele aproximou-se de Jesus e disse: se queres tens o poder de curar-me!

Então, São Marcos fala de algo que é muito próprio da natureza de Jesus, Ele cheio de compaixão, quer dizer, não é só um sentimento que Jesus tem para com o leproso, mas com todo o seu ser, estende a mão e toca no doente, também algo não permitido, mas para que se realize este sinal o tocar era necessário, e com a força da palavra Ele diz: eu quero, fica curado.

                Podemos fazer uma alusão àquele momento de uma boa confissão. Quando nos aproximamos do sacerdote com a consciência e diante dos pecados, de joelhos, suplicamos: Senhor Jesus, tende piedade, me dá o dom da cura, o Senhor nos devolve para a vida, pois no momento da absolvição também podemos ouvir: eu quero, fica curado.

Diz o evangelista que neste momento a lepra desapareceu. A cada confissão bem feita o pecado desaparece. E Jesus manda esse leproso ir embora, e recomenda: não conte nada a ninguém. A pergunta seria: como guardaríamos um segredo tão precioso? O segredo daquele que revelou o dom da cura?

Mas, por hora, este segredo messiânico, segundo o evangelista Marcos precisa ser guardado. Jesus estava no início da sua vida pública, recomenda que não contem a ninguém porque Ele não quer ser visto como um mágico qualquer ou até como líder religioso ou político. Ele também entende que a hora ainda não chegou e sabe que há inimigos ao seu redor, que não deixariam que a proclamação do evangelho fosse feita. Por isso, Ele recomenda, mas o leproso não segue exatamente o que foi recomendado. Jesus manda que vá ao sacerdote para que este possa também dar um atestado de que foi curado, mas quando percebe o dom da cura começa a divulgar o fato.

                É claro que em muitas ocasiões também precisamos experimentar o dom da cura como um grande milagre. Hoje fiz uma referência ao Sacramento da Reconciliação, mas quantos aqui presentes são frutos de milagres constantes, de curas que o Senhor realiza, quantos de nós experimentamos este dom e também somos agradecidos!

Por isso, não percamos de vista, nesse final de semana, o dom da misericórdia, o dom do perdão, e já nos preparemos para o espírito quaresmal, pois na próxima quarta abriremos um tempo de 40 dias de penitência, de oração. E que não pode passar este ano sem uma boa confissão. No ano passado com a pandemia iniciando nem houve o tempo hábil para que nos organizássemos para isso, nem tínhamos recomendações e até precauções. Neste ano já temos, e será possível, sim, confessar-se, inclusive no próximo final de semana com sacerdote à disposição durante a missa, para atender aqueles que realmente necessitam do perdão. E quem não necessita da misericórdia?

                É momento de voltar o coração para Deus e ter esse propósito para este ano. Celebraremos bem a Páscoa à medida que o nosso coração estiver diante do Cristo e experimentar o dom da compaixão.

Que Jesus nos ajude e que esta celebração abra o nosso coração para sermos curados de todos os nossos pecados.

Escrito por: Pe. Maurício