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Jo 15,1-8

1Eu sou a videira verdadeira, e meu Pai é o agricultor. Todo ramo que não der fruto em mim, ele o cortará;

2e podará todo o que der fruto, para que produza mais fruto.

3Vós já estais puros pela palavra que vos tenho anunciado.

4Permanecei em mim e eu permanecerei em vós. O ramo não pode dar fruto por si mesmo, se não permanecer na videira. Assim também vós: não podeis tampouco dar fruto, se não permanecerdes em mim.

5Eu sou a videira; vós, os ramos. Quem permanecer em mim e eu nele, esse dá muito fruto; porque sem mim nada podeis fazer.

6Se alguém não permanecer em mim será lançado fora, como o ramo. Ele secará e hão de ajuntá-lo e lançá-lo ao fogo, e queimar-se-á.

7Se permanecerdes em mim, e as minhas palavras permanecerem em vós, pedireis tudo o que quiserdes e vos será feito.

8Nisto é glorificado meu Pai, para que deis muito fruto e vos torneis meus discípulos.

9Como o Pai me ama, assim também eu vos amo. Perseverai no meu amor.

10Se guardardes os meus mandamentos, sereis constantes no meu amor, como também eu guardei os mandamentos de meu Pai e persisto no seu amor.

11Disse-vos essas coisas para que a minha alegria esteja em vós, e a vossa alegria seja completa.

12Este é o meu mandamento: amai-vos uns aos outros, como eu vos amo.

13Ninguém tem maior amor do que aquele que dá a sua vida por seus amigos.

14Vós sois meus amigos, se fazeis o que vos mando.

15Já não vos chamo servos, porque o servo não sabe o que faz seu senhor. Mas chamei-vos amigos, pois vos dei a conhecer tudo quanto ouvi de meu Pai.


Homilia no V Domingo do Tempo Pascal

HOMILIA NO 5° DOMINGO DO TEMPO PASCAL

            Queridos irmãos e irmãs aqui presentes, dentre tantos uma saudação também às irmãs Apóstolas do Sagrado Coração de Jesus que celebram conosco, e os que nos acompanham por meio desta transmissão, da missa do quinto domingo da Páscoa, onde celebramos o mistério central da nossa fé.

            Estamos prevendo para os próximos anos vários projetos de evangelização, formas de compreender melhor toda a dinâmica do Cristo enquanto aquele que se revela com seu coração que é tão misericordioso. Dentre tantos projetos que estão prontos, mas que ainda não foi possível apresentar à comunidade há o do término dos vitrais que serão colocados nas laterais, onde poderemos completar toda a dinâmica que este grande vitral já nos revela. Também temos projeto de um grande mosaico nas paredes do presbitério, importante e revelado no dia em que celebramos o Sagrado Coração de Jesus, do Pastor que dá a vida por suas ovelhas.

            Mas, quero fazer uma última referência a também um terceiro projeto, porque são três partes numa única. Logo vocês saberão o que estará na porta de entrada do nosso Santuário, junto àquelas pessoas que nos ajudaram com este grande vitral. Estamos pensando em homenagear outros benfeitores, na forma de uma grande videira na porta central, junto à frase que temos hoje do Evangelho: “Eu sou a videira verdadeira e vós os ramos”.

Percebam que a ideia para os próximos anos é a construção de um grande parreiral à frente do santuário, como forma de nos sentirmos ramos ligados à esta videira verdadeira, que é o Cristo.

            A ideia desse parreiral compõe toda a história que se apresenta na construção deste lugar sagra, desde o momento em que chegaram os primeiros imigrantes italianos até o tempo atual, com a grande diversidade cultural que o nosso bairro Água Verde e que também a Arquidiocese de Curitiba está composta.

Aprofundemos então esta auto revelação de Cristo: eu sou a videira verdadeira e vós os ramos. E que Deus nos permita que um dia tenhamos isso bem visível logo na entrada do Santuário, para que percebamos o quanto precisamos permanecer com o Senhor e que, se somos ramos nesta videira, e de fato somos, porque somos cristãos, precisamos nos manter vinculados ao Cristo. Precisamos permanecer diante do Senhor, e esta é a melhor forma, e, aliás, a única forma de darmos frutos neste mundo.

            A palavra do Evangelho de São João vem bem ao encontro do que estamos vivenciando neste tempo, um convite permanente do Senhor a estarmos sempre na sua presença, a permanecermos Nele.

Acredito que alguns já perceberam a importância que tem o verbo “permanecer” nessa santa liturgia, especialmente na liturgia da palavra. Por doze vezes ouvimos esse verbo, oito vezes no evangelho, três vezes na segunda leitura, e uma vez na primeira leitura.

Façamos de forma muito concreta uma leitura deste verbo permanecer, pois quando falamos que o Cristo é a vinha verdadeira, estamos nos referindo à própria dimensão fundada pelo Cristo, de pertença a Ele por meio da santa Igreja.

A Igreja é a vinha do Senhor e à Igreja pertencem todos os povos. É esta a grande novidade que Jesus apresenta do antigo testamento. A imagem da vinha já havia sido inaugurada junto ao povo de Israel, como uma vinha escolhida, uma vinha privilegiada, mas Jesus está dizendo: eu sou a vinha verdadeira. O que de fato acontece com Cristo é a unidade da grande diversidade dos povos. Ele vem não somente para um povo escolhido, mas vem para todos os povos. 

É assim que, no evangelho, quando Jesus se revela nesta dimensão, podemos pensar na vinha como a Igreja, que de fato é sustentada pelo Sacramento da Eucaristia. A primeira auto revelação de Cristo se encontra no capítulo sexto. Nunca vou me cansar de falar deste capítulo, pois há alguns dias tivemos catequeses a respeito do capítulo que revela Cristo como pão da vida. A última auto revelação de Cristo é uma referência à vinha, à uva, ao vinho que é produzido, os dois elementos essenciais sem os quais não podemos celebrar a eucaristia, que é o sustento da Igreja.

É pela Eucaristia que somos convidados a permanecer, a perseverar com o Senhor, por isso não é à toa que tantas vezes em oito versículos do santo evangelho, oito vezes aparece o verbo permanecer, para que tenhamos a condição de compreender o quanto precisamos estar na presença do Cristo, vivo e ressuscitado.

            Estando na presença do Senhor também somos convidados a permanecer junto com a Igreja, junto com os discípulos do Senhor. Foi esta a dinâmica apresentada pelo livro dos Atos dos Apóstolos. Saulo fez um encontro pessoal com o Cristo, queria anunciar o Senhor, mas os outros discípulos e a comunidade cristã não estavam muito acostumados a acolher alguém diferente, alguém que tinha se convertido. Estavam desconfiados de Saulo porque perseguia os cristãos, então ele se apresenta diante da comunidade dos discípulos para permanecer com eles em Jerusalém.

É uma bela expressão hoje dos Atos dos Apóstolos, porque precisamos também como a Igreja permanecer unidos entre nós e, ainda mais, precisamos acolher aqueles que converteram o coração e procuram agora estar na presença do Cristo. Não sejamos egoístas de pensarmos só na dimensão de pertença a Igreja como única e favorável a nós mesmos.

Pertencemos a Cristo e pertencemos a Igreja, e tantos outros irão pertencer. E quando alguém novo que chega até nós, mesmo com uma vida às vezes tão desvirtuada, nos alegraremos, é o Senhor que está dando possibilidade de uma vida nova, de um ramo que estava a secar, mas que reviveu em Cristo, para que possa produzir frutos.

É assim, meus queridos irmãos, que também os frutos verdadeiros da Igreja se encontram no cumprimento do amor, do mandamento do amor, e esta é a conclusão. Na Carta de São João, segunda leitura, escutamos o seguinte: “quem guarda os seus mandamentos, permanece com Deus, Deus permanece com ele. Que ele permanece conosco, sabemos pelo espírito que ele nos deu”. Em poucas palavras encontramos nesta carta a importância de perseverarmos, permanecermos fiéis a Cristo, porque ele é fiel, e sabemos pela nossa própria experiência de fé.

            Estejamos unidos a Cristo, e quem dera que no futuro possamos visivelmente ter aqui no santuário uma imagem fidedigna do quanto somos ramos unidos a Cristo, no decorrer de toda a história, mas especialmente naquela construída neste lugar sagrado. Ele mesmo nos disse: “Eu sou a videira e vós os ramos”, precisamos como ramos verdadeiros produzir frutos neste mundo, e produziremos frutos na medida em que estivermos unidos a Cristo, unidos à sua Igreja, unidos a tudo o que Ele revelou, especialmente pelo cumprimento do mandamento do amor.

Que Maria nossa mãe, invocada tantas vezes neste mês de maio, interceda por cada um de nós, em nossas necessidades, a permanecermos fiéis ao seu filho, Jesus Cristo.

Escrito por: Pe. Maurício