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Mt 16, 13-19

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Homilia no XXX Domingo do Tempo Comum

HOMILIA NO XXXIII DOMINGO DO TEMPO COMUM

 

            Meus caros irmãos e irmãs, juntamente com toda a Igreja celebramos neste domingo, o 33º do tempo comum, um tempo propício em que contemplamos a vida pública de Cristo. Nesta última etapa, estamos com o Senhor em Jerusalém onde acontece o mistério da sua paixão, morte e ressurreição e pouco antes de ser elevado na cruz para salvar a humanidade, o Senhor conta aos seus discípulos um pouco sobre a escatologia ou sobre o final dos tempos.

            Este tema propriamente nos diz respeito como a segunda vinda gloriosa de Cristo. Ele já veio uma primeira vez e há de vir para julgar os vivos e os mortos, conforme professamos a nossa fé por meio do creio. E como será esta segunda vinda de Cristo? Não sabemos e não nos cabe saber nem o dia e nem a hora, mas é preciso estar atento aos sinais, para que o Senhor nos encontre no estado de vigilância e oração.

A aclamação do santo evangelho traz o resumo muito bem feito do que o domingo apresenta na liturgia da palavra: “é preciso vigiar e ficar de prontidão, em que dia o Senhor há de vir, não sabeis não!” Se somos convidados, portanto, a esse estado de vigilância e de prontidão, a liturgia da palavra nos ajuda a mantermos o nosso olhar fixo em Cristo, que já veio, e que está presente nesta eucaristia, mas estejamos também com o nosso olhar para o futuro.

Hoje na liturgia a expressão naqueles dias ou naquele tempo, não está se referindo a um tempo do passado, mas a referência se encontra no futuro.  A primeira parte do evangelho se dá quando Jesus descreve aos seus discípulos: naqueles dias, eis que depois de uma grande tribulação, o sol vai se escurecer, a lua não brilhará mais, as estrelas começarão a cair do céu e as forças do céu serão abaladas. Para alguns, quem sabe, causa medo o final dos tempos, porque é o aniquilamento de tudo, mas para nós, cristãos e católicos, não deve causar nenhum temor, pois é isso que esperamos, um novo céu e uma nova terra.

O Senhor que virá do alto, inclusive, o Filho do Homem vindo das nuvens, com grande poder e glória há de vir gloriosamente para nos revestir da glória eterna, esta glória que tanto almejamos. Eis que Ele virá, na descrição de São Marcos, enviará os anjos aos quatro cantos da terra, e há de reunir aqueles que foram eleitos por Deus. Na verdade, todos nós almejamos um dia esta eleição, esta escolha. Já fomos escolhidos, eleitos até pelo santo batismo, mas almejamos uma eleição plena, o que chamamos de salvação. E eis que ele reunirá os eleitos de Deus de uma extremidade à outra da terra.

Uma descrição que pode nos ajudar também na espera deste momento que acontecerá, está na profecia de Daniel. Esta profecia foi escrita no momento em que o povo passava por grandes tribulações e angústias e no tempo presente também, portanto, a palavra é escrita para nós.

            A profecia diz que naquele tempo. É o futuro, quando o Senhor voltará, na descrição de Daniel fala de Miguel, de São Miguel, grande príncipe, o defensor dos filhos do povo. Serão tempos de angústia para alguns, de tribulações, mas o Senhor há de vir nesse tempo para salvar todo o povo, e salvará, na descrição do profeta, aqueles que se acharem inscritos no livro, no livro da vida. Uma descrição preciosa a mostrar que se um dia tivermos sido inscritos como batizados, pertencentes a Cristo, o nosso grande desejo é também sermos inscritos no livro da vida.

            E o que acontecerá então naquele tempo, naqueles dias, naquele momento: muitos dos que dormem no pó da terra despertarão, uns para a vida eterna e outros para o próprio eterno. A referência então se encontra no momento em que alguns os mortos serão descartados para opróbio eterno, e continua o texto: os que tiverem sido sábios, ou seja, a sabedoria é muito própria para o momento presente, para nós peregrinos é o momento de agirmos com sabedoria, porque é quando os que tiverem sido sábios brilharão como firmamento. E os que tiverem ensinado a muitos homens os caminhos da virtude, esses brilharão como as estrelas por toda a eternidade.

            Quem dera que um dia sejamos como uma estrela a brilhar numa noite escura, em meio a tantas tribulações e angústias. De fato, é um grande desejo de salvação que temos consciente ou inconsciente, internamente no nosso coração, o desejo de sermos salvos.

Quem sabe até somos consolados de alguma forma. Porque se muitos de nossos irmãos e irmãs adormeceram no sono da morte, aguardam a salvação e também um dia serão como estrelas a brilhar. Quem sabe até se encontra uma fundamentação bíblica para aquele consolo tão bonito que damos para as crianças quando alguém parte desse mundo. Alguns chegam a dizer: partiu deste mundo e virou uma estrela no céu. De fato há uma fundamentação bíblica a pensar no futuro, quando ficaremos como estrelas por toda a eternidade.

            É assim que almejamos sermos salvos, no momento presente com a vida que o Senhor nos dá. Portanto, vamos agir com sabedoria. Buscando as coisas que não passam, o que é eterno, e estejamos sempre unidos ao Cristo que já veio, mas que quer nos encontrar vigilantes e atentos, para a sua segunda vinda gloriosa.

Com certeza é um tempo de esperança, inaugurado agora no momento em que celebramos a liturgia. Eis uma grande virtude a ser cultivada, não desmereçamos nem a fé e nem a caridade, mas precisamos da virtude da esperança nesse tempo em que vivemos. Esperança não só de tempos melhores para este mundo, a esperança de sermos salvos em Cristo Jesus. É isso que esperamos, um novo céu uma nova terra. Desta forma, estaremos um dia pela gratuidade de Deus sendo salvos, experimentaremos eternamente a presença do Senhor em nós e na história de toda a humanidade.

Escrito por: Pe. Maurício