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10Perguntava-lhe a multidão: Que devemos fazer?

11Ele respondia: Quem tem duas túnicas dê uma ao que não tem; e quem tem o que comer, faça o mesmo.

12Também publicanos vieram para ser batizados, e perguntaram-lhe: Mestre, que devemos fazer?

13Ele lhes respondeu: Não exijais mais do que vos foi ordenado.

14Do mesmo modo, os soldados lhe perguntavam: E nós, que devemos fazer? Respondeu-lhes: Não pratiqueis violência nem defraudeis a ninguém, e contentai-vos com o vosso soldo.

15Ora, como o povo estivesse na expectativa, e como todos perguntassem em seus corações se talvez João fosse o Cristo,

16ele tomou a palavra, dizendo a todos: Eu vos batizo na água, mas eis que vem outro mais poderoso do que eu, a quem não sou digno de lhe desatar a correia das sandálias; ele vos batizará no Espírito Santo e no fogo.

17Ele tem a pá na mão e limpará a sua eira, e recolherá o trigo ao seu celeiro, mas queimará as palhas num fogo inextinguível.

18É assim que ele anunciava ao povo a boa nova, e dirigia-lhe ainda muitas outras exortações.


Homilia no IV Domingo do Advento

Caríssimos irmãos e irmãs, hoje é a Santa Missa do terceiro domingo do Advento, o domingo gaudete, assim conhecido como o domingo da alegria, com uma cor litúrgica especial, que não está situada nem no dourado ou no branco próprio do Natal que se aproxima, nem no roxo que está no tempo do advento. O rosa hoje utilizado na liturgia indica que estamos próximos de celebrar o Natal do Senhor, e por isso precisamos nos revestir de uma alegria verdadeira, alegria que vem do Senhor.

            Nesse contexto, uma resposta muito concreta da palavra de Deus a nós, encontra-se na Carta de São Paulo aos Filipenses: o texto que eu já utilizei na saudação inicial - alegrai-vos sempre no Senhor, eu repito, alegrai-vos. O texto bíblico deixa bem claro que a alegria própria do cristão só pode vir do Senhor, do Cristo que se aproxima de nós.

Nessa perspectiva que nós celebramos o advento, na expectativa da vinda gloriosa do Senhor, segunda vinda, nesta primeira parte mas já nos aproximamos, nesta semana mudaremos a tonalidade do Advento pois estaremos na expectativa maior do seu nascimento, sua primeira vinda gloriosa, e esta alegria que nós celebramos no santo Natal.

            Tanto na primeira vinda quanto na segunda vinda, precisamos sempre nos revestir de uma virtude, é a virtude da esperança, e ainda mais, tomarmos consciência de que o Senhor caminha conosco, pois entre a primeira e a segunda vinda acontece em nós, a vinda do Cristo quando nós o acolhemos em nosso coração. O acolhimento do Cristo será o ápice desse tempo do advento.

Na verdade, existem algumas ações que nos são pedidas nessas quatro semanas: vigiai eu vos digo o Senhor, o Senhor irá chegar, preparai o caminho do Senhor, conforme indicativa de João Batista, alegrai-vos no Senhor, como hoje estamos celebrando, e semana que vem quando vislumbramos na liturgia a presença de Maria Santíssima no quarto domingo do Advento, acolhei como Maria a palavra do Senhor.

Eis o sentido de uma alegria verdadeira, alegria esta que está em uma comunhão muito profunda com o estado de vigilância.    “Vigia esperando a aurora, qual noiva esperando amor, é assim que o servo espera a vinda do seu Senhor”.  Nós cantamos cheios de alegria no início desta celebração, a alegria verdadeira que vem do Senhor. O próprio São Paulo na Carta aos Filipenses continua falando onde está a fonte das alegrias dizendo o seguinte: que a vossa bondade seja conhecida de todos os homens, o Senhor está próximo.

De alguma forma o texto bíblico toca numa dimensão muita importante do tempo do advento, nós chamamos de caridade cristã. É expressão viva de corações que encontraram o Senhor mas não estão preocupados só consigo mesmos, de corações que expressam o cuidado com os pobres, com os desfavorecidos deste mundo, com as pessoas que necessitam do nosso carinho. Assim que a bondade seja conhecida de todos os homens! Não que sejamos convocados na expressão da caridade para termos um reconhecimento nesse mundo, mas que de alguma forma é bonito perceber que a Igreja tem sim, um reconhecimento por tantas obras assistidas, e que alguns cristãos identificam-se tanto a essa dimensão, que dedicam parte da sua vida, ou oferecem parte do que tem em favor de tantos que precisam.

            Eis o que nós devemos fazer na resposta hoje do tempo de São Lucas que narra o momento em que muitos acorriam a São João Batista, perguntando o que muitos deveriam fazer para receber o batismo. E a primeira resposta de João que está expressada hoje no evangelho é: quem tiver duas únicas dê uma a quem não tem, e quem tiver comida façam o mesmo.

É assim a expressão da caridade cristã, da bondade humana, pois o Senhor se aproxima também daquele coração que sabe partilhar. Jamais teremos uma missa plena se não tivermos expressões de caridade junto aqueles que tanto necessitam. Portanto, eis o que devemos fazer, expressando o quanto podemos ajudar quem passa por alguma dificuldade.

E continua o texto bíblico, Carta de São Paulo aos Filipenses, informando para nós e dando uma direção para este tempo do advento: não vos inquieteis com coisa alguma mas apresentai as vossas necessidades a Deus, em orações e súplicas, acompanhadas de ação de graças. Que resposta concreta dessa palavra, pois em meio às inquietações, aflições, perdas, o Senhor está nos dizendo hoje, apresentem tudo isso diante do Senhor, apresentem inclusive a forma do serviço neste mundo, numa profissão bem exercida.

            As duas outras respostas de João aquelas multidões, encontram-se na maneira correta e mais coerente do exercício profissional, os cobradores de impostos perguntaram isso e João responde: não cobrem mais do que é estabelecido ou mais do que é justo. Os soldados também perguntavam e também receberam esta resposta: não tomei a força o dinheiro de ninguém, ou seja, o exercício da profissão, o cuidado que temos para com este mundo que é transformado por nós, também é uma forma de preparar o caminho do Senhor, e é uma forma de uma alegria que não passa.

Não há melhor maneira de tranquilizarmos o coração e dormirmos tranquilamente senão esta, de sermos honestos, de termos uma profissão honesta, e de procurarmos além da bondade exercida para com os outros, uma bondade e misericórdia exercida para conosco mesmo, para que sejamos salvos.

            Por isso se há inquietações às vezes até no exercício profissional que enfrentamos, no exercício da nossa vocação e profissão deste mundo, apresentai essas necessidades a Deus e procurai ter uma fonte de alegria que não passa.

Termina o texto da Carta de São Paulo aos Filipenses dizendo o seguinte: uma consequência e de uma alegria pautada no Senhor, se tudo isso acontecer, a paz de Deus que ultrapassa todo entendimento guardará os vossos corações e pensamento em Cristo Jesus.

Que resposta nós encontramos hoje nesta breve carta, ou alguns versículos desta carta, a paz que nós tanto almejamos é a paz celebrada no dia do Natal, no Cristo que nos dá a verdadeira alegria, o Cristo que nos dá condições de experimentarmos uma paz e uma alegria que não passa.

            Por isso meus irmãos e irmãs, hoje a liturgia nos convida a essa alegria, e ainda mais, como próprio João indicou, o Cristo, dizendo: eu vos batizo com água, mas virá aquele que é mais forte do que eu, eu nem sou digno de desamarrar a correia de suas sandálias. O Cristo, o rei da paz esse Cristo vos batizará com Espírito Santo e no fogo.

            Que ardente desejo precisamos ter de um verdadeiro batismo, um batismo não só vivido entre nós, que recebemos os dons plenos, a graça de Deus, mas há momentos em que somos convidados a um batismo do Espírito, para que impregnados da graça, sejamos propagadores desta boa notícia como cristãos verdadeiros.

            Concluamos com o texto da profecia de Sofonias e no Salmo de hoje. O Salmo cantado está baseado no profeta Isaías e o texto de Sofonias convida-nos a este júbilo e ação de graças neste dia: canta de alegria cidade de Sião, rejubila povo de Israel, alegra-te e exulta de todo o coração cidade de Jerusalém.

Eis que somos convidados a esta alegria no Senhor e ao saiamos desta celebração com o coração vibrante. Como é triste ver pessoas que saem das celebrações entristecidos, mas na verdade, quem participa de uma boa e santa celebração deve sair com o coração vibrante, exultante, como nos cantou hoje este Salmo expressão do profeta Isaías: exultai cantando alegres habitantes de Sião, porque é grande em vosso meio o Deus santo de Israel.

Que seja esse o nosso grande júbilo, a expressão de uma alegria que não passa, a expressão da alegria verdadeira do Cristo que vem ao nosso encontro.

Escrito por: Pe. Maurício