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Jo 16,12-15

Naquele tempo, disse Jesus a seus discípulos: 12“Tenho ainda muitas coisas a dizer-vos, mas não sois capazes de as compreender agora.

13Quando, porém, vier o Espírito da Verdade, ele vos conduzirá à plena verdade. Pois ele não falará por si mesmo, mas dirá tudo o que tiver ouvido; e até as coisas futuras vos anunciará.

14Ele me glorificará, porque receberá do que é meu e vo-lo anunciará. 15Tudo o que o Pai possui é meu. Por isso, disse que o que ele receberá e vos anunciará, é meu”.


HOMILIA NA SOLENIDADE DA SANTÍSSIMA TRINDADE

HOMILIA NA SOLENIDADE DA SANTÍSSIMA TRINDADE

 

            Diante do grande mistério que hoje celebramos em honra a Santíssima Trindade, o primeiro ato que precisamos fazer, encontra-se em um grande silêncio. Silêncio este de acolhimento de um mistério, que não fora escondido por Deus, mas que, outrora revelado a nós, no Pai, no Filho e no Espírito Santo, somos incapazes de humanamente expressar o quanto é precioso mergulhar profundamente no mistério de um Deus que é uno e Trino.

De fato, a nossa vida cristã, a nossa vida de fé vem sempre permeada por este mistério. Tudo começa no momento em que somos inseridos na missão de Cristo pelo batismo.          O nosso batismo é trinitário, seguindo um mandato de Jesus, “ide pelo mundo inteiro, a todos batizai, e batizai em nome da Santíssima Trindade”.

É dessa forma que se concretizou o chamado a fé por meio do batismo, mas, quantas vezes, em nós habita este mistério, quando especialmente buscamos uma reconciliação com Deus, por meio da confissão. As mesmas palavras que ouvimos no dia do batismo, são também pronunciadas na fórmula de absolvição, “eu te absolvo de todos os teus pecados, em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo”.

            Assim como acontece no decorrer da nossa vida, qualquer ato que fazemos se não forem somente humanos, deveriam estar sempre no louvor a Santíssima Trindade, em uma glorificação a Deus que é único. E este mistério foi revelado no Pai, no Filho e no Espírito Santo, nas diversas formas, diferentes realidades do mundo e da história, desde a criação, até no momento em que estamos vivendo.

            É preciso sim, pensarmos em uma atribuição à Santíssima Trindade, nos vários momentos da história, mas, também, pensarmos que a Santíssima Trindade habita em nós, de tal forma que o nosso coração precisa se preencher desta realidade.

Como é salutar passarmos, por exemplo, em frente a uma igreja e traçarmos o sinal da cruz, é saudável para nós e um sinal de conversão e de mudança de vida para tantas pessoas que acompanham esse gesto. Algumas vezes já me deparei com essa situação de pessoas que em um ato de temor a Deus, de adoração ao Santíssimo, traçam o sinal da cruz. É uma lembrança muito consciente daquele momento que experimentamos no dia do batismo e se encontra, na forma inconsciente, de mergulharmos profundamente neste mistério.

            É assim que celebramos a Santíssima Trindade. A liturgia, por si mesma, é um louvor à Santíssima Trindade, pedimos por Jesus Cristo que é um mediador, oramos ao Pai e que o Espírito Santo suscite em nós sempre corações capazes de compreender, um pouco melhor, o quanto o Senhor se revela a todos. Há sempre um louvor trinitário do início ao fim, nas orações compostas pela Igreja no decorrer da história.

            Por isso, ao reiniciarmos o tempo comum, a Igreja nos coloca diante deste mistério, e a partir da revelação de Deus acolhamos este mistério com o coração aberto, com o coração capaz de se mover, a continuar, a procurar pelo Senhor, e a continuar também a caminhada como cristão, experimentando quanto Deus já se faz presente na nossa vida e na nossa história. Glória ao Pai e ao Filho e ao Espírito Santo, como era no princípio, agora e sempre, amém.

Escrito por: Pe. Maurício