SANTUÁRIO O PÁROCO PASTORAIS E MOVIMENTOS CAPELA IMC. CONCEIÇÃO LAR SÃO LUIZ NOTÍCIAS


Lc 21,5-19

5Como lhe chamassem a atenção para a construção do templo feito de belas pedras e recamado de ricos donativos, Jesus disse:

6Dias virão em que destas coisas que vedes não ficará pedra sobre pedra: tudo será destruído.

7Então o interrogaram: Mestre, quando acontecerá isso? E que sinal haverá para saber-se que isso se vai cumprir?

8Jesus respondeu: Vede que não sejais enganados. Muitos virão em meu nome, dizendo: Sou eu; e ainda: O tempo está próximo. Não sigais após eles.

9Quando ouvirdes falar de guerras e de tumultos, não vos assusteis; porque é necessário que isso aconteça primeiro, mas não virá logo o fim.

10Disse-lhes também: Levantar-se-ão nação contra nação e reino contra reino.

11Haverá grandes terremotos por várias partes, fomes e pestes, e aparecerão fenômenos espantosos no céu.

12Mas, antes de tudo isso, vos lançarão as mãos e vos perseguirão, entregando-vos às sinagogas e aos cárceres, levando-vos à presença dos reis e dos governadores, por causa de mim.

13Isto vos acontecerá para que vos sirva de testemunho.

14Gravai bem no vosso espírito de não preparar vossa defesa,

15porque eu vos darei uma palavra cheia de sabedoria, à qual não poderão resistir nem contradizer os vossos adversários.

16Sereis entregues até por vossos pais, vossos irmãos, vossos parentes e vossos amigos, e matarão muitos de vós.

17Sereis odiados por todos por causa do meu nome.

18Entretanto, não se perderá um só cabelo da vossa cabeça.

19É pela vossa constância que alcançareis a vossa salvação.


HOMILIA NO XXXIII DOMINGO DO TEMPO COMUM

Caríssimos irmãos e irmãs presentes neste Santuário e os que acompanham esta transmissão da santa missa que, hoje, celebra o 33° domingo do tempo comum, penúltimo domingo de um tempo em que a Igreja proporciona a nós, um contato íntimo com Deus.

            Ao longo do ano e calendário litúrgico nos foi apresentado um pouco mais sobre o evangelho de São Lucas. E, de igual modo, a proclamação deste evangelho lembra a já anunciada por Jesus, primeira vinda gloriosa, e uma preparação dos seus discípulos e dos que depois viriam, em vista de que a sua segunda vinda gloriosa fosse antecedida por um tempo de vigilância e de perseverança.

Aparece nitidamente no evangelho de hoje, alguns sinais, especialmente aqueles que o próprio Jesus deixava bem claro que não seriam sinais de que sua segunda vinda seria em um tempo imediato.

Muitos ficavam a admirar a beleza do templo de Jerusalém, como muitas vezes ficamos a admirar, mas o próprio Senhor lembra, que tudo virá a ser destruído, não ficará pedra sobre pedra.

            E o que permanecerá nos indica um caminho a seguir enquanto discípulos. Se as coisas materiais passam, se tudo que fazemos neste mundo também passará, o que ficará, portanto, são os sinais que acompanham toda a nossa trajetória humana, sinais de que precisamos estar atentos, vigilantes e perseverantes.

Há também algo que é preciso que busquemos, especialmente neste estado de vigilância, quando o Senhor nos convida a permanecermos firmes na busca pela vida eterna. Se há sinais, muitas vezes, de conflitos, mortes, terremotos, sinais evidentes da perseguição aos cristãos e a Igreja, o Senhor mesmo dizia que, antes de qualquer sinal de terremoto, qualquer sinal de guerra, haveria muita perseguição.

            Mas, desde o princípio foi assim. Estamos a muitos séculos na história e a Igreja de Jesus sempre sofreu e continua sofrendo perseguição, talvez não de maneira nítida no nosso país, mas há países em que muitos nem podem aderir a fé em Jesus Cristo. Compreende-se o que o Jesus indica, que a própria família entregará os filhos, isso acontece em muitos países onde não se aceita a fé. Em nosso país é possível, sim, professarmos a fé em Cristo, mas muitos que estão ao nosso redor não compreendem o porquê deste seguimento, e há também uma forma de perseguição, seja no seio familiar, no nosso país e, ainda mais, em países que não admitem que publicamente se professe a fé em Jesus Cristo.

            Por isso, não precisamos ter nenhum tipo de medo e o objetivo desta liturgia é carregar o nosso coração de esperança e não ficar com medo do fim dos tempos, do que acontecerá. Alguns ficam a imaginar que agora chegamos ao fim dos tempos, já temos sinais evidentes. Claro, os sinais nos ajudam a perceber que é preciso estar vigilante o tempo todo. A vigilância é para que o Senhor nos encontre preparados, permanecendo firmes na fé, testemunhando a nossa vida de fé.

É assim, meus irmãos, que o Senhor nos convida a entrar, no final desse tempo litúrgico, neste estado de perseverança mas, ao mesmo tempo, um estado daqueles que continuam fazendo o bem neste mundo. Paulo, na Carta aos Tessalonicenses, hoje proclamada, fez questão de lembrar à comunidade de Tessalonica, que é preciso transformar e trabalhar neste mundo, para que muitos não ficassem só a esperar o Senhor que está por vir. Eles esperavam e também esperamos, mas não precisamos esperar de braços cruzados, inclusive, São Paulo teve até que fazer um mandamento ou pedir que pudessem todos trabalhar. E, a partir de hoje, quem não trabalhar também não come, pois muitos estavam vivendo na ociosidade.

A nossa vida cotidiana é fonte de perseverança, também fonte da maneira como permanecemos firmes diante do Senhor. O trabalho, a nossa vida, o que fazemos neste mundo, com certeza, são sinais que acompanham a nossa transformação.

Hoje celebramos o Dia Mundial dos Pobres e não só para fazermos ações neste dia, mas para lembrarmos que essa é a essência do cristianismo. No evangelho de São Lucas, quando Jesus se apresentou publicamente com o profeta Isaías, disse: eu vim para proclamar esta boa notícia aos pobres. E são pobres no sentido material não espiritual. Por isso o nosso carinho, a nossa atenção, a nossa caridade para com aqueles que precisam, jamais passará. São Paulo nos diz isso em um grande hino cristológico, a fé e a esperança passarão, mas a caridade jamais passará.

            Não podemos deixar que isso seja só de uma fonte ideológica, mas é a essência do Cristão, é a nossa essência, cuidar e não deixar de olhar para os mais necessitados.

Por isso, não celebramos este dia só para termos uma ação concreta com relação aos pobres. O Papa celebrou a pouco na Basílica de São Pedro e acolheu durante a celebração muitos que estão abandonados nas ruas de Roma. A Igreja faz isso constantemente em Roma e também precisamos dia a dia fazer a nossa parte, com ações que ajudam nesta transformação, para que encontrem um sentido maior para a existência.

Graças a Deus, pertencemos a um lugar, quem não tem consciência disto, que tenha hoje, que mantém o  olhar também para com os mais necessitados.      Posso dizer agora depois de 6 anos que trabalho neste Santuário, que jamais deixamos de ter o nosso olhar com pessoas, com crianças vulneráveis, com o Lar dos Meninos de São Luís, para com tantas pessoas que nos procuram pela Pastoral Social.

Este ano aconteceram ações concretas em um belíssimo trabalho feito pela Pastoral da Acolhida e peço que quem puder faça parte desta pastoral. Cresce o grupo dos que estão acolhendo e de pessoas que vem e depois descobrem que a Pastoral da acolhida é uma grande Pastoral Social, pois preparam alimentos mensalmente e ajudam tantas pessoas.

Tenho certeza que fazem isso, não para um benefício próprio, mas porque sentem no coração o quanto é necessário estar próximo, não só destinar uma parte, mas estar próximo dos mais necessitados. Por isso, que bom que podemos hoje também celebrar o Dia Mundial dos Pobres, mas melhor seria se pudéssemos ter ainda mais consciência da realidade dos mais vulneráveis.

            Que a palavra de Deus e o Evangelho se realize em nós quando formos portadores de muitas bênçãos e de graças, e aprendermos o dom da partilha e da ajuda àqueles que mais precisam.

Que Deus nos ajude, e que essa imagem tão bonita, do Cristo que se fez pobre para nos enriquecer, seja a imagem deste penúltimo domingo do tempo comum, pois semana que vem estaremos falando do Cristo como rei do universo. E o papa quis, que antes disso, fizéssemos um reconhecimento do Cristo servo sofredor, o Cristo pobre, esta imagem que precisamos guardar, sendo bons cristãos e um sinal de luz a tantas pessoas.

Escrito por: Pe. Maurício