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Mt 9, 36-10,8

1Jesus reuniu seus doze discípulos. Conferiu-lhes o poder de expulsar os espíritos imundos e de curar todo mal e toda enfermidade.

2Eis os nomes dos doze apóstolos: o primeiro, Simão, chamado Pedro; depois André, seu irmão. Tiago, filho de Zebedeu, e João, seu irmão.

3Filipe e Bartolomeu. Tomé e Mateus, o publicano. Tiago, filho de Alfeu, e Tadeu.

4Simão, o cananeu, e Judas Iscariotes, que foi o traidor.

5Estes são os Doze que Jesus enviou em missão, após lhes ter dado as seguintes instruções: Não ireis ao meio dos gentios nem entrareis em Samaria;

6ide antes às ovelhas que se perderam da casa de Israel.

7Por onde andardes, anunciai que o Reino dos céus está próximo.

8Curai os doentes, ressuscitai os mortos, purificai os leprosos, expulsai os demônios. Recebestes de graça, de graça dai!


Homilia do 11º Domingo Tempo Comum dia 18/06

“Nós somos o povo e o rebanho do Senhor!”

                O refrão que acabamos de ouvir, parte integrante da Liturgia de hoje, em que cantamos pelo Salmo 99, resume bem o sentido deste 11º Domingo do Tempo Comum. Precisamos nos sentir pertencentes à Igreja do povo de Deus e rebanho de Cristo. E é neste contexto que nos inserimos justamente no momento em que acabamos de escutar o chamado de Jesus aos doze discípulos, depois doze apóstolos em Missão.

                O termo “discípulo” indica um caminho a seguir e um Mestre a quem se configurar. O Apostolado indica uma Missão indicada para estes doze. Ao mesmo tempo em que acabamos de escutar neste Evangelho o chamado destes doze primeiros, somos estimulados a buscar cada vez mais uma configuração a Cristo como discípulos. E quem dera também nos sentirmos apóstolos do Senhor enviados em Missão neste mundo.

                Para compreendermos até o modo como Jesus parte deste princípio da escolha dos doze discípulos, é preciso voltar um pouco no tempo e entender que outrora Deus havia escolhido doze tribos em Israel para estabelecer uma aliança.  As doze tribos em Israel já simbolizavam a pertença ao povo de Deus. É evidente que agora em Jesus há uma nova constituição, do novo povo de Deus por meio destes doze.

                Está aqui o modo como compreendemos o número apocalíptico 144.000. Ele provém desta constituição, do povo antigo da aliança e do novo povo, da nova e definitiva aliança que Jesus estabeleceu conosco. Doze tribos de Israel! Doze discípulos do Senhor! Temos um número de 144 e, o evangelista São João no Livro do Apocalipse, vem dizer: “Foram marcados com o selo da Salvação 144.000...”, ou seja, a marca da vitória ou da salvação está estendida para todo mundo. O Cristo agora quer ser para o mundo inteiro o sinal de Salvação. E o É, principalmente pelo batismo que recebemos, batismo este proveniente da Cruz de Cristo.

                Por isso, hoje, somos mais que um número de 144.000, porque este número indica uma quantidade imensa de pessoas que aderiram a Fé, que aderem a Fé no tempo presente e que virão no futuro seguindo o Senhor. Mas como na verdade, mereceremos a salvação, fruto da Graça de Deus e não do nosso merecimento? E a partir de que modo podemos neste mundo viver a salvação em Cristo? A indicativa aos doze discípulos é clara. Eles foram enviados em missão neste mundo e, diz o evangelista São Mateus que a primeira recomendação que Jesus faz: “Vocês não devem ir onde moram os pagãos, nem onde moram os samaritanos, primeiro dirijam-se as ovelhas perdidas de Israel”.

                Sabem que esta recomendação de Jesus é muito precisa. Porque se percebermos, no nosso mundo, a nossa volta, neste Santuário, quem sabe ao nosso redor, há muitos que até já receberam a marca do batismo, a marca de Cristo, mas que ainda não aderiram a Ele, que ainda precisam encontrar um caminho em direção a Cristo. Por isso, se Jesus fizesse uma recomendação atual, Ele diria: “Não se dirijam em primeiro lugar aos pagãos ou samaritanos do nosso tempo, dirijam-se a tantas ovelhas perdidas que já estão entre vós”. Como aquelas que estavam perdidas na Tradição de Israel.

                Há muitos cristãos perdidos no nosso tempo e, em primeiro lugar, deveríamos dirigir o nosso olhar de compaixão e de anúncio a estas pessoas. Jesus quando chama os doze é porque Ele tem um olhar de compaixão. Na primeira parte do Evangelho indica-se até este sentimento de Jesus em que Ele se compadece de uma multidão cansada e abatida. Quantas pessoas que estão ao nosso redor e que já perderam o sentido da vida estão cansadas e abatidas como ovelhas sem pastor.  Precisamos muitas vezes testemunhar e falar de Cristo a estes, pois é assim que o Senhor nos chamou, porque Ele nos chamou na Graça e, nessa gratuidade também somos levados a testemunhá-Lo.

                Eu dizia que os discípulos de Jesus também foram enviados em missão tornando-se apóstolos. Hoje à tarde aqui em frente ao nosso Santuário, algumas pessoas também estiveram reunidas, éramos mais de doze. Tudo começou com doze pessoas. Éramos um pouco mais, talvez umas 40 pessoas. Mas iniciamos também um trabalho, ou melhor, reavivamos um batismo que recebemos, rezando publicamente, indo em direção à outra praça, a Praça Guanabara, ficando lá por mais menos uma hora, rezando em comunidade e testemunhando a presença de Jesus.

                Sabe que esta é a verdadeira missão dos discípulos, que o Papa Francisco esta nos convocando a fazer. Porque é fácil testemunhar Jesus dentro de um ambiente protegido e seguro. Agora, ir ao encontro de tantas pessoas que não crêem em Deus, que até ridicularizam a presença da Igreja, e digamos, com toda verdade, até nos confundem com católicos que pertencem a outras tradições cristãs.

                 Infelizmente, estamos a começar um trabalho atual no meio católico de testemunho fora da Igreja, que deveria estar no coração dos verdadeiros discípulos e apóstolos do Senhor.

                Mas não fiquemos entristecidos, pelo contrário, o Senhor, pelo envio da missão, conferiu aos apóstolos alguns “poderes”. Às vezes nem percebemos que temos estes poderes em nossas mãos, poder de fazer o bem, não de fazer o mal. É evidente, se nos deixarmos dominar pelo espírito maligno, este poder torna-se um mal neste mundo. Mas eis que Jesus confere aos discípulos dizendo: “ide, anuncie o Reino que está próximo...” e observem a indicativa da ação, em quatro verbos: “curai os doentes; expulsai os demônios; purificai os leprosos; (e finalmente Ele diz também, ou melhor, antes disso), ressuscitai os mortos.” Quatro ações que temos neste mundo para fazer o bem.

                Se o Senhor dá estas recomendações aos seus discípulos, apóstolos enviados em missão é porque Ele tem a certeza de que contaria também com outros neste mundo. Se deixarmos de anunciar o Evangelho e sairmos em missão, o que diriam as outras gerações que virão depois de nós? A Palavra chegou a nossos ouvidos pelo testemunho de tantos e tantas que viveram neste mundo. E os outros que virão precisarão do nosso testemunho. Sintamo-nos este povo do Senhor, rebanho do Senhor. Mas sintamo-nos também escolhidos.

                Diz a primeira leitura e aqui está a conclusão: “Vós sereis para mim um reino de sacerdotes e uma nação santa!” Mais do que o pecado, mais do que o mal, nós carregamos o bem, somos um povo escolhido pelo Senhor, somos um reino de sacerdotes, somos uma nação em busca da santificação.

                Que Ele nos ajude a sermos sinais neste mundo, já que somos escolhidos, sejamos sinais de pertença a Jesus neste mundo, para que outros encontrem este único meio de Salvação.

 

Este texto foi transcrito, com algumas adaptações, da homilia proferida pelo Pe. Maurício na missa das 10:30h do dia 1806/2017. Não passou por uma revisão gramatical e ortográfica profunda, mantendo a linguagem coloquial original

Escrito por: Pe. Maurício