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Mt 16, 13-20

13Chegando ao território de Cesaréia de Filipe, Jesus perguntou a seus discípulos: No dizer do povo, quem é o Filho do Homem?

14Responderam: Uns dizem que é João Batista; outros, Elias; outros, Jeremias ou um dos profetas.

15Disse-lhes Jesus: E vós quem dizeis que eu sou?

16Simão Pedro respondeu: Tu és o Cristo, o Filho de Deus vivo!

17Jesus então lhe disse: Feliz és, Simão, filho de Jonas, porque não foi a carne nem o sangue que te revelou isto, mas meu Pai que está nos céus.

18E eu te declaro: tu és Pedro, e sobre esta pedra edificarei a minha Igreja; as portas do inferno não prevalecerão contra ela.

19Eu te darei as chaves do Reino dos céus: tudo o que ligares na terra será ligado nos céus, e tudo o que desligares na terra será desligado nos céus.

20Depois, ordenou aos seus discípulos que não dissessem a ninguém que ele era o Cristo.


HOMILIA DO 21º DOMINGO DO TEMPO COMUM

         Já há algum tempo aqui no Brasil o mês de agosto é conhecido como o mês vocacional.  A cada domingo fomos convidados a refletir a respeito dos diversos chamados e ministérios que a Igreja nos convida a participar, e na conclusão deste mês dedicamos hoje uma especial menção a vocação dos Cristãos leigos e leigas, a grande maioria daqueles que pertencem a nossa Igreja.

        A Igreja, portanto, identifica à missão de cada um destes que aqui participam da Santa Missa, especialmente a missão do Cristo, e da mesma forma como nos identificamos com Cristo e nos configuramos a Ele por meio de uma semente de fé, assim chamada Batismo, nós, a partir de então, somos levados a anunciar a presença do Cristo, em diversos lugares e ambientes deste mundo.

            De maneira muito especial, a liturgia do Santo Evangelho nos ajuda nesta reflexão profunda justamente na resposta que Jesus dá depois de algumas perguntas direcionadas aos discípulos de quem eles achavam que Jesus era. As respostas dos discípulos eram variadas, alguns diziam que era João Batista, Elias, Jeremias, mas a resposta de Simão Pedro nos identifica logo com o modo como também somos levados a responder a Jesus: e vós, quem dizeis quem eu sou? Simão Pedro responde: tu és o Messias, o filho do Deus vivo. Esta resposta de Simão Pedro é resposta da verdadeira profissão de fé, ele está dizendo que Jesus é o filho de Deus, e, portanto, ao dizer isto, Jesus considera a Simão Pedro, aquele que realmente foi escolhido para fazer parte dos doze e sempre ocupava o primeiro lugar como aquele que agora é feliz: feliz és tu Simão, filho de Jonas, porque esta revelação não veio de um ser humano, mas veio de meu pai que está nos céus.

            Na Sagrada Escritura é a primeira vez que há uma mudança no próprio nome, Jesus disse: tu és Pedro e sobre esta Pedra, edificarei a minha Igreja. Percebamos meus queridos irmãos nesta reflexão que a partir da profissão de fé de Simão Pedro, Jesus conta com a sua colaboração, mesmo que seja mínima ou que seja pequena, de Pedro na edificação da Igreja.    

        É assim que eu gostaria que pudéssemos pensar a missão dos inúmeros Cristãos leigos e leigas presentes na Igreja. Em primeiro lugar, numa identificação de Fé a um Sacramento, ao Batismo. Se há um Sacramento de unidade na Igreja é este Sacramento que recebemos logo nas primícias de nossa fé e deste modo recebemos também, seja pela nossa própria voz ou a voz dos nossos pais ou padrinhos uma profissão de fé, a nossa voz, se fomos batizados como adulto, a voz dos pais e padrinhos, como a maioria que foi inserida neste mistério desde criança.

            Nossos pais ou padrinhos professaram a fé, e a partir de então, do sacramento do Batismo, Jesus conta, com uma pequena ou mínima colaboração neste mundo, daqueles que são Cristãos, na construção da Igreja, na edificação do edifício que chamamos a Igreja de Cristo, e embora, estivesse Pedro também fragilizado, e também como tantos de nós propenso ao pecado e ao erro, Jesus conta com a sua colaboração. E é este caminho que eu gostaria que pudéssemos trilhar, Jesus conta conosco não porque na verdade ele necessite, porque poderia utilizar outras formas, mas porque ele nos ama de tal forma que quer que  nos encontremos com ele, e também façamos uma experiência profunda de anúncio da boa nova neste mundo.

            Embora o Padre e os Religiosos recebam uma especial consagração de vida ou ministério específico neste mundo, também se inserem numa missão batismal porque pelo batismo todos somos chamados a sermos verdadeiros Cristãos.

             Portanto, já passou o tempo em que a identificação da missão da Igreja estava no Papa, nos Bispos, nos Padres, nos Diáconos ou nos Religiosos e Religiosas. Agora especialmente com o Concílio Vaticano II há um protagonismo da evangelização e qual é o protagonismo? O protagonismo está na Missão abraçada por todos que são cristãos, especialmente vocês, Cristãos leigos e leigas.

            Por isso será muito salutar que ao concluirmos o Ano Mariano, que estamos para concluir no mês de outubro, iniciarmos um novo ano: o ano de 2018 será o ano do Laicato, o ano das vocações dos leigos e leigas. Por isso a Igreja relembrará sempre esta vocação como uma vocação sublime, que não está em ser chamado para uma missão dentro da Igreja como catequista, como membro de uma pastoral, como membro de um movimento, mas sabem qual é a principal missão? Está no universo que cerca a Igreja, ou no mundo que nos cerca.

            Há lugares que nem o Papa, nem os Bispos e nem os Padres conseguem chegar, há ambientes de trabalhos que precisam do testemunho Cristão, há ambientes de lazer que precisam do testemunho de Cristãos verdadeiros, enfim, há um mundo ao nosso redor que conta com a nossa colaboração e testemunho, para que pela nossa própria visibilidade nos identificarmos a Cristo e assim outros se comprometam com Jesus.

            Eis a nossa principal missão: missão esta de ajuda, ou de uma mínima colaboração no projeto que Jesus tem e, ele conta conosco, justamente porque, como hoje cantamos no salmo responsorial: Senhor, nos ajuda, para que vós que sois toda bondade possa completar em nós uma obra que já começou.

               Enquanto peregrinamos neste mundo precisamos pedir ao Senhor e nos abrir para que esta obra de Cristo se realize plenamente. É o que fazemos neste momento mesmo numa oração profunda: peçamos ao Senhor, como recomendação da Igreja depois da reflexão, uma oração pessoal, que o Senhor nos ajude a cumprirmos a nossa missão neste mundo e a termos realmente os olhos voltados ao Senhor.

Este texto foi transcrito, com algumas adaptações, da homilia proferida pelo Pe. Maurício na missa das 10:30h do dia 27/08/2017. Não passou por uma revisão gramatical e ortográfica profunda, mantendo a linguagem coloquial original

 

Escrito por: Pe. Maurício