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Mt 25,31-45

31Quando o Filho do Homem voltar na sua glória e todos os anjos com ele, sentar-se-á no seu trono glorioso.

32Todas as nações se reunirão diante dele e ele separará uns dos outros, como o pastor separa as ovelhas dos cabritos.

32Todas as nações se reunirão diante dele e ele separará uns dos outros, como o pastor separa as ovelhas dos cabritos.

33Colocará as ovelhas à sua direita e os cabritos à sua esquerda.

33Colocará as ovelhas à sua direita e os cabritos à sua esquerda.

34Então o Rei dirá aos que estão à direita: - Vinde, benditos de meu Pai, tomai posse do Reino que vos está preparado desde a criação do mundo,

34Então o Rei dirá aos que estão à direita: - Vinde, benditos de meu Pai, tomai posse do Reino que vos está preparado desde a criação do mundo,

35porque tive fome e me destes de comer; tive sede e me destes de beber; era peregrino e me acolhestes;

36nu e me vestistes; enfermo e me visitastes; estava na prisão e viestes a mim.

37Perguntar-lhe-ão os justos: - Senhor, quando foi que te vimos com fome e te demos de comer, com sede e te demos de beber?

38Quando foi que te vimos peregrino e te acolhemos, nu e te vestimos?

39Quando foi que te vimos enfermo ou na prisão e te fomos visitar?

40Responderá o Rei: - Em verdade eu vos declaro: todas as vezes que fizestes isto a um destes meus irmãos mais pequeninos, foi a mim mesmo que o fizestes.

41Voltar-se-á em seguida para os da sua esquerda e lhes dirá: - Retirai-vos de mim, malditos! Ide para o fogo eterno destinado ao demônio e aos seus anjos.

42Porque tive fome e não me destes de comer; tive sede e não me destes de beber;

42Porque tive fome e não me destes de comer; tive sede e não me destes de beber;

43era peregrino e não me acolhestes; nu e não me vestistes; enfermo e na prisão e não me visitastes.

43era peregrino e não me acolhestes; nu e não me vestistes; enfermo e na prisão e não me visitastes.

44Também estes lhe perguntarão: - Senhor, quando foi que te vimos com fome, com sede, peregrino, nu, enfermo, ou na prisão e não te socorremos?

44Também estes lhe perguntarão: - Senhor, quando foi que te vimos com fome, com sede, peregrino, nu, enfermo, ou na prisão e não te socorremos?

45E ele responderá: - Em verdade eu vos declaro: todas as vezes que deixastes de fazer isso a um destes pequeninos, foi a mim que o deixastes de fazer.


HOMILIA NA SOLENIDADE DE CRISTO REI DO UNIVERSO

Estamos celebrando o 34° domingo do tempo comum, liturgia de Jesus Cristo, Rei do Universo, ou como popularmente conhecemos: a festa de Cristo Rei.

A questão inicial para esta reflexão trata do modo como compreendemos esta dimensão da realeza de Jesus. Aproveitemos esta imagem tão preciosa neste final de semana, do próprio Deus que se faz pastor da humanidade, do próprio Deus que tem um cuidado e um carinho para com suas ovelhas, e nesta dimensão do pastoreio de Deus na história, celebremos o Cristo, glorioso sim, mas, sobretudo o Cristo que esteve conosco como o Bom Pastor.

Na imagem trazida na primeira leitura do profeta Ezequiel, já encontramos dimensões bem importantes do pastoreio de Deus, de modo que esse mesmo pastor, suscitado no coração de Deus, toque no coração humano. Diz o profeta Ezequiel: a condição de um Deus que sai de si mesmo e corre ao encontro de suas ovelhas. “Eu mesmo vou apascentar as minhas ovelhas, e vou ajudá-las para que elas possam encontrar o verdadeiro repouso”.  Deus faz isso na história humana, vai ao encontro da ovelha perdida, corre ao encontro daquela que está extraviada, reconduzindo-a para que faça parte deste rebanho.

De maneira muito especial, na profecia de Ezequiel, encontramos o modo como Deus tem um cuidado para com suas ovelhas. Ele procura quem está perdido, reconduz aquela que está em outro caminho, enfaixa aquela ovelha que está com a perna quebrada, cuida dessa ovelha, fortalece aquelas que se encontram doentes e tem um cuidado com a ovelha gorda e forte, porque às vezes podemos pensar que uma ovelha forte, não precisa de Deus, mas pelo contrário, Deus corre ao encontro de todos.

É assim que Jesus vem trazer para nós um modo muito especial de sermos reconduzidos a Deus.  De que forma? Jesus torna-se o Bom Pastor. Na imagem do profeta Ezequiel percebemos que há uma imagem muito importante trazida também pelo evangelho de São João, no capítulo décimo. São João revela Jesus como o Bom Pastor. Este bom pastor é aquele que virá nos finais dos tempos. Por isso na festa de Cristo Rei que hoje celebramos também celebramos um momento escatológico, ou seja, da  expectativa pela segunda vinda gloriosa de Cristo.

Desde a semana passada inauguramos na liturgia esta dimensão importante da segunda vinda de Cristo, e seremos acompanhados por essa dimensão, por meio da liturgia que hoje celebramos, da semana que teremos e das semanas do advento, especialmente a primeira parte, na expectativa pela vinda do Senhor.

E quando vier o Filho do Homem na sua segunda vez, como ele fará na dimensão escatológica do fim dos tempos e da salvação. No capítulo vinte e cinco do evangelho de Mateus, encontramos a expressão: “o Filho do Homem”, que tantas vezes não compreendemos, o que vem a ser essa dimensão tão importante atribuída ao próprio Jesus, por que Ele é chamado “Filho do Homem”? Porque esteve conosco, porque se encarnou e esteve no nosso meio dentro da condição humana, e até em condição de escravo, fazendo-se semelhante a nós.

Portanto transparece a dimensão tão importante de Jesus na sua humanidade, como o pastor que veio instaurar um novo reino. Ele quis tornar-se um de nós, e nesta dimensão, quando Ele voltar na sua glória, voltará no seu trono glorioso. Já esteve conosco, na verdade, mostrando qual é o seu verdadeiro trono, a Cruz, indicando um sinal de um rei que está sentado no trono glorioso da salvação.

Ele há de voltar uma segunda vez, e como nos encontrará? Eis a separação daqueles que são considerados cordeiros e daqueles que são considerados cabritos, numa dimensão muito importante em que há a separação dos maus e dos bons.

Mas o próprio pastor, o próprio Filho do Homem, Jesus, que corre ao encontro das suas ovelhas diz: vinde benditos de meu Pai para este reino, o reino que meu Pai vos preparou. E como é que Deus prepara o seu reino? Nós encontramos explicitamente no santo evangelho as grandes obras de misericórdia, esquecidas até por tantos de nós, mas lembradas pelo ano da misericórdia, quando também somos levados a termos uma ação no mundo para percebermos que é nesta dimensão que encontraremos a salvação.

As obras de misericórdia aqui enumeradas de forma que aquele que estava com fome recebeu a comida necessária, o que estava com sede, a bebida necessária, o estrangeiro o acolhimento na casa, aquele que não tem o que vestir, a roupa necessária, o doente que também recebe uma visita, e quem estava na prisão, alguém que o visite. Obras de misericórdia que na verdade nos indicam um caminho para a justiça e para o céu.

Mas pode acontecer, e na verdade precisamos ter essa consciência que o Rei voltará para aqueles que não cumpriram sua missão neste mundo e dirá essas palavras tão fortes da sagrada escritura: afastai-vos de mim malditos, ou, mais forte ainda: ide para o fogo preparado pelo diabo e seus anjos, porque tantas vezes na própria condição humana não enxergastes o rosto de Cristo e nada fizestes.

E é assim que encontramos um refúgio seguro no Cristo Bom Pastor, mas ao mesmo tempo tomamos consciência da importância que se tem da nossa transformação, pela liturgia que celebramos, pela palavra escutada, pelas grandes obras de misericórdia que indicam a nossa ação no mundo.

É neste contexto meu querido irmão, que eu gostaria que inseríssemos este ano dedicado ao laicato. É desta forma que todos são convidados neste ano e neste dia dos leigos a terem uma expressão de fé não só na liturgia que se celebra, mas numa liturgia que se transforma em vida, num olhar de cada um, num olhar de misericórdia para com aqueles que precisam.

Talvez muitos não estejam apenas em nossas ruas, mas estão até no nosso ambiente de trabalho, com condições materiais muito boas, mas com a ausência de Deus muito forte. É neste ambiente que Jesus precisa ser anunciado, que a própria palavra de Deus precisa chegar. Por isso temos consciência da nossa missão, enquanto sacerdote, no meu caso, a missão do anúncio da boa nova no testemunho cristão, mas especialmente no testemunho de vocês leigos e leigas, consagrados pelo batismo, para serem sinais de salvação.

 

Este texto foi transcrito, com algumas adaptações, da homilia proferida pelo Pe. Maurício na missa das 19:00h do dia 26/11/2017. Não passou por uma revisão gramatical e ortográfica profunda, mantendo a linguagem coloquial original.

Escrito por: Pe. Maurício