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Mt 2,1-12

 

1A serpente era o mais astuto de todos os animais dos campos que o Senhor Deus tinha formado. Ela disse a mulher: É verdade que Deus vos proibiu comer do fruto de toda árvore do jardim?”

2A mulher respondeu-lhe: Podemos comer do fruto das árvores do jardim.

3Mas do fruto da árvore que está no meio do jardim, Deus disse: Vós não comereis dele, nem o tocareis, para que não morrais.”

4“Oh, não! – tornou a serpente – vós não morrereis!

5No tempo em que o Senhor Deus fez a terra e os céus, não existia ainda sobre a terra nenhum arbusto nos campos, e nenhuma erva havia ainda brotado nos campos, porque o Senhor Deus não tinha feito chover sobre a terra, nem havia homem que a cultivasse;

6mas subia da terra um vapor que regava toda a sua superfície.

7O Senhor Deus formou, pois, o homem do barro da terra, e inspirou-lhe nas narinas um sopro de vida e o homem se tornou um ser vivente.

8Ora, o Senhor Deus tinha plantado um jardim no Éden, do lado do oriente, e colocou nele o homem que havia criado.

9O Senhor Deus fez brotar da terra toda sorte de árvores, de aspecto agradável, e de frutos bons para comer; e a árvore da vida no meio do jardim, e a árvore da ciência do bem e do mal.

10Um rio saía do Éden para regar o jardim, e dividia-se em seguida em quatro braços:

11O nome do primeiro é Fison, e é aquele que contorna toda a região de Evilat, onde se encontra o ouro.

12(O ouro dessa região é puro; encontra-se ali também o bdélio e a pedra ônix.)


HOMILIA NA SOLENIDADE DA EPIFANIA DO SENHOR

Para nós é motivo de grande alegria estar celebrando hoje a solenidade da Epifania do Senhor. No ocidente nos a separamos da festa do Natal, por mais que haja uma única festa, ou seja, no dia do Natal do Senhor celebramos a sua grande manifestação na história e no mundo. Diferente da liturgia oriental que estará celebrando este final de semana o Natal e a manifestação do Senhor, sua epifania.

Temos três momentos no tempo do Natal para recordar o mistério da encarnação  do Senhor, o dia 25 de dezembro, uma data fixa no calendário litúrgico, depois no domingo entre 02 a 08 de janeiro, a Epifania do Senhor, e neste ano, na segunda feira encerramos o tempo do Natal com a festa do batismo do Senhor. Três momentos distintos para recordar um único mistério, o mistério do Cristo que se manifesta no mundo inteiro como salvador do mundo.

 E se estamos hoje diante da epifania do Senhor nos encontramos na presença dos três reis magos apresentados no santo evangelho.

Tomando então o santo evangelho como referência, recordemos do modo como esses três reis magos encontraram um sinal neste mundo e foram correndo ao encontro do Salvador. Os reis magos aqui falados no santo evangelho são magos de tradição pagã, ou seja, não pertenciam a raça escolhida e não tinham a adesão ao Deus único e verdadeiro, e esses três reis magos chegaram a Jerusalém perguntando para Herodes onde o menino havia nascido, provocando assim a curiosidade porque ele não tinha consciência da grandeza de um Deus que estava tão próximo de Jerusalém e que se estabelecera em Belém.

Acontece que os magos no oriente já tinham consciência do que deveriam fazer: viemos do oriente para adorar o Senhor. Herodes, no entanto, pertencendo à tradição judaica e esperando o salvador, assim como muitos do seu tempo, até sacerdotes,  escribas  e fariseus, não sabiam e nem acreditaram que o Senhor havia se estabelecido nesta terra. Por curiosidade e até porque tinha outra orientação, Herodes pede que os magos depois voltem contando o que tinha acontecido.  É claro que depois de consultar aqueles que já sabiam onde o Senhor nasceria: em Belém na Judéia. A pequenina cidade de Belém assim traria para o mundo o grande pastor e salvador da humanidade.

Então, eles correm à Belém guiados por uma estrela. Há um estudo a respeito deste grande astro, e não se chega a nenhuma conclusão de qual estrela se travava.  Sabe-se, no entanto, que era uma grande estrela, um grande cometa que passou pela terra, que anunciava que naquele lugar estava o salvador. E eles, seguindo a estrela chegaram até o menino.

Vejam que só o fato de ver a estrela já provocara nos magos uma grande alegria. Quem descobre uma estrela na vida tem uma motivação para bem viver. E guiados por essa estrela chegam junto onde Jesus nasceu e estava lá o menino com seus pais, com Maria, sua Mãe, e São José.

A primeira coisa que esses magos, mesmo sendo pagãos, fizeram foi ajoelhar-se diante Dele em sinal de adoração. Diante de Deus é preciso realmente dobrar os joelhos e como é importante termos este gesto, de adorar o Senhor, e, sobretudo perceber a grandeza de Deus que está ali.

Adoraram o Senhor, e depois abriram os seus cofres. No coração destes magos já habitava a alegria da estrela e a alegria da presença do próprio Deus. Abrem os cofres e cada um deles, Gaspar, Melquior e Baltasar, mesmo não sendo dados os nomes aqui, na tradição Bíblica, a tradição da Igreja colocou esses nomes, por que a cada um foi atribuído um desses sinais, como sinais de oferecimento à Jesus, o menino Deus.

Oferecem então ouro. O ouro é oferecimento ao grande rei. O ouro se dá porque reconhecem que estão diante de um novo reinado que começa agora a ser restaurado e/ou inaugurado neste mundo. Portanto, oferecer ouro significa oferecer o melhor para este que é o rei.

Ao mesmo tempo oferecem o incenso, que até estamos utilizando hoje na celebração. Q,ueimar o incenso para que por meio desta fumaça que sobe para o céu, o nosso coração também reconheça: estamos diante de Deus. Se o ouro é para o rei, o incenso é para Deus, o menino que é Deus.

E ainda oferecem outro sinal, a mirra. A mirra é um perfume, utilizado principalmente para o embalsamento dos corpos no tempo em que Jesus nasceu. O cuidado com o corpo do menino Deus em vista da ressurreição.

Três sinais de fé, no ouro, no incenso e na mirra, e é interessante perceber que hoje não oferecemos diante do Senhor estes sinais, por mais que continuemos a trilhar neste mundo com estes cuidados, não mais oferecemos ouro, incenso e mirra, mas o próprio Jesus que está presente como sinal, o sacrifício do Cristo que para nós é sinal de fé.

Partimos agora para a conclusão: o Natal do Senhor só tem sentido se visualizarmos o sinal da cruz de Cristo. Por isso, temos neste santuário uma grande cruz colocada junto à assembleia, que se constitui em volta de Cristo, todos, envolvidos diante desta grande cruz.

Se perceberem, uma grande cruz que se apresenta na nossa nave central, e o centro desta cruz nos lembra de que precisamos ser guiados por uma estrela, uma estrela de oito pontas que nos indica os sinais de que por meio desta estrela chegaremos a paixão, morte e ressureição do Senhor.

Que bela comunhão toda vez que participamos da vigília pascal ou de um batizado quando o Padre faz a benção da água,  invocando sobre a água sete sinais, desde a água da criação até a água que nasce do lado aberto de Cristo. Há sete sinais bíblicos de que por meio do batismo temos a salvação. E porque falamos de oito pontas na estrela? Porque nos lembra do oitavo dia. Foram sete dias, sete águas, temos sete dias na semana, mas almejamos um dia pertencer ao próprio Deus, vivendo de maneira plena, vivendo o que estamos vivendo agora, antecipando nas vésperas do domingo dia do Senhor, no primeiro dia da semana. Mas somos envolvidos num mistério tão grande, porque do sétimo dia (sábado), podemos dizer que um dia contemplaremos o oitavo dia, a plena manifestação de Deus quando Ele voltar.

Estejamos atentos aos sinais de Deus, e ao mesmo tempo em que temos uma estrela que nos guiou, nos trouxe hoje para este santuário, não permitamos que o mundo apague em nós este brilho dado no batismo. Não permitamos que o Próprio Deus que nasceu em nosso coração seja ofuscado pelo pecado. Não permitamos que a luz desta estrela apague no nosso coração a chama da nossa fé.

 Não façamos como Herodes que não acolheu a presença do salvador e se tornou um sinal de trevas. Façamos como os reis magos, sejamos sinais de luz. Precisamos de muitas estrelas neste mundo e precisamos de muitos cristãos comprometidos, porque assim, sendo estrelas, seremos aqueles que levarão muitos a crerem em Jesus e encontrando Nele um sinal de fé e um verdadeiro refúgio, segurança e sentido da vida.

Este texto foi transcrito, com algumas adaptações, da homilia proferida pelo Pe. Maurício na missa das 19:00h do dia 06/01/2018. Não passou por uma revisão gramatical e ortográfica profunda, mantendo a linguagem coloquial original.

Escrito por: Pe. Maurício